google.com, pub-7850997522645995, DIRECT, f08c47fec0942fa0 Médicos ameaçam fechar PS do Hospital Evangélico em 30 dias - Tribuna da Serra

Médicos ameaçam fechar PS do Hospital Evangélico em 30 dias

Londrina – Insatisfeitos com as condições de trabalho e baixas remunerações, médicos do Hospital Evangélico (HE) ameaçam interromper o atendimento no Pronto-Socorro (PS) da unidade a partir de 3 de fevereiro. Fernando Mangieri Sobrinho, diretor do Corpo Médico da Associação Evangélica Beneficente de Londrina (Aebel), entidade mantenedora do hospital, apontou a desvalorização dos honorários médicos como um dos principais motivos de insatisfação da classe. Situações críticas como o atendimento de pacientes graves na sala de emergência do PS, que funciona como uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) improvisada, também são questionadas. 

Para Mangieri, na questão financeira, os valores repassados por procedimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sem reajustes desde 2008, aliados com a falta de vínculo empregatício do médico com o hospital, tornam o trabalho difícil. "Como atuamos como profissionais autônomos não temos direitos trabalhistas. Somam-se a isso os baixos valores dos repasses por procedimento", reclamou. O repasse de uma cirurgia de apêndice, por exemplo, atualmente é de R$ 161,03. O diretor ressalta que em vários procedimentos a quantia é dividida entre dois ou mais médicos que assistem ao paciente. 

O Corpo Médico convocou uma coletiva para a manhã de hoje para detalhar as reivindicações aos governos e ao hospital. "É claro que o problema do SUS é antigo e abrangente, mas o hospital não pode se eximir de suas responsabilidades", criticou Mangieri. Ele condenou as situações adversas, como o atendimento em macas, sem respeitar as normas de precaução, e a chegada de pacientes de Vaga Zero em ambulâncias do Siate e Samu. "É um risco grande, pois há falta de espaço físico e de equipamento nesses casos." 

Mangieri apontou que o principal reflexo da precariedade encontrada no hospital é a falta de médicos. Segundo ele, 12 escalas funcionam em sobreaviso, com número de especialistas abaixo do ideal: Cardiologia, Cirurgia Geral, Cirurgia Torácica, Cirurgia Pediátrica, Endocrinologia, Gastroenterologia, Infectologia Pediátrica, Neurologia, Neurocirurgia, Ortopedia e Traumatologia, Otorrinolaringologia e Pneumologia. 

A reportagem entrou em contato com a assessoria do Hospital Evangélico, mas não obteve retorno até o horário de fechamento da edição.

Celso Felizardo
Reportagem Local FolhaWeb

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