google.com, pub-7850997522645995, DIRECT, f08c47fec0942fa0 Moradora de Abatiá morre após rodar 300 km por atendimento - Tribuna da Serra

Moradora de Abatiá morre após rodar 300 km por atendimento

Família denuncia que Denir Silva não recebeu atendimento adequado em Santo Antônio da Platina por não morar na cidade

Uma sucessão de erros aliada à segregação burocrática por localidade no atendimento médico custou a vida de uma mulher na tarde de terça-feira (23). Depois de rodar cerca de 300 quilômetros em uma ambulância, em busca de atendimento em Cornélio Procópio e Santo Antônio da Platina, a dona de casa Denir Cunha da Silva, 59 anos, moradora de Abatiá, morreu vítima de complicações de diabete e hipertensão arterial.
Denir estava internada na Santa Casa de Abatiá e na manhã de terça-feira passou mal. Ela foi encaminhada para uma consulta na Santa Casa de Cornélio Procópio. Segundo a família, o médico disse que ela não ‘tinha nada’ e a liberou. Denir voltou para Abatiá. Por volta das 13 horas, o quadro se agravou. Sem conseguir vaga em Cornélio, em uma atitude desesperada, o marido João Ribeiro da Silva resolveu levá-la para Santo Antônio da Platina.
Chegando no Pronto Socorro por volta das 15h30, a dona de casa foi atendida, mas em seguida, o marido disse que os funcionários viram a ambulância de Abatiá e começaram a hostilizá-lo, dizendo que não poderiam atender. O motorista da ambulância, José Contijo, o Fião, disse que em 10 anos de profissão nunca viu uma humilhação tão grande. “A família errou, eles tentaram se passar por moradores de Santo Antônio, mas quem pode condená-los em uma situação dessas?”.
Depois de uma hora, a secretária de Saúde de Abatiá, Mara Cristina Carvalho, conseguiu uma vaga pela Central de Leitos na Santa Casa de Cornélio. Após a penosa viagem, minutos depois de dar entrada no hospital ela morreu, por volta das 19 horas. O corpo foi enterrado na tarde de anteontem no Cemitério Municipal de Abatiá.
A secretária de Saúde disse que a família foi a revelia a Santo Antônio da Platina, mas deixou claro que condenou o tratamento dado a Denir. “É uma vida em risco, não importa onde mora, a obrigação dos profissionais de saúde é cuidar de todos os doentes”. Ela explicou que o caso de Denir exigia um hospital de porte mais avançado que o de Abatiá. A família está revoltada e pretende acionar a Justiça.
A reportagem procurou o enfermeiro-chefe responsável pelo plantão do dia, porém as informações são de que ele está de licença médica e só retorna ao trabalho no sábado. A enfermeira Maristela Moretti Albuquerque de Souza, no entanto, disse que não estava no dia, porém garantiu que os registros constam que Denir recebeu atendimento.

Celso Felizardo/ Tribuna do Vale

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